sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Star Trash I - Missão à Bolfogrameidos


Star Trash - Missão à Bolfogrameidos

Diario de Borbo- 33.530.736/9- Missão á Bolfogrameidos.

Dia 1:
Aqui é o Comandante Estelar Shultz e sua tripulação, a bordo da SS.
Cacilda Becker. Estou em uma importante missão em direção à constelação de
Bolfogrameidos, durante 2 anos, para conhecer o universo e além. A
tripulação está preparada, bem disposta e se Deus quiser teremos uma boa
missão e obteremos um bom resultado.
Estamos confiantes em nossos técnicos, que apesar de serem uns
tapados, estão incentivados em não nos deixar morrer estupidamente no espaço
(morreremos de um modo inteligente, portanto), em nossa Central de
Inteligencia e Comunicação e Apoio (CICA), que vão ficar na terra em
segurança, aqueles sortudos e em minha esposa (que jura de pé junto que
aquele colega inca-venuziano que ela sai para conversar e volta de cabelo
molhado de vez em quando é apenas um bom amigo).
Estamos principalmente confiantes que o fato de termos sido
obrigados pelo governo a sair nessa lata velha é sinal de que algo nesse
governo democrático não cheira bem (e não são só os malditos incas
venuzianos).
Estamos indo aonde nenhum homem jamais esteve, já que tem que ser
muito macho para ir a um zilhao de anos luz da terra numa nave estelar
"semi-nova" como esta.


Dia 2:
Para desestressar o ambiente, a Tenente Ripley resolveu nos fazer um
show de striptease em que mostrava ... Tudo! A coisa foi bem até a hora que
ela incluiu nesse "tudo" uma chapa 3d de seu alien no cerebro. Alguns
tripulantes ainda não se recuperaram totalmente. Estou com ansia. Nunca mais
quero pensar em sexo. Pelo menos com mulheres com cerebro.

Dia 3:
Estamos em dobra espacial, velocidade ESTUPENDA. Isso em termos
matemáticos significa que eu cabulei a aula de leitura de instrumentos na
academia e não tenho a menor idéia de quão rápidos estamos. Só sei que é
rápido para cassete.
Meus auxiliares diretos nesta missão são: a tenente Ripley (já
apelidada de Horripley), o capitão Floquinhos (especialista em crises
capilares e caspa, um problema em gravidade zero), o androide sociopata
3-OITAO, os especialistas em relações extraterrenas e em Paranoia Avançada,
Fax Modden e Donna Scanner (gêmeos siameses, mas de pais diferentes), o
gerente de Jogos e contabilidade, Don Casmurro e nosso especialista em
lógica, o Inca Venuziano Zen Zimp Afluoso (seja lá o que isso signifique).
Eles me enchem o saco. Odeio eles.
Começo a achar que essa missão é uma sacanagem da CICA. Começo a ter
certeza, aliás. Eles são um bando de incas venusianos.

Dia 4
Disse à tripulação que precisava tomar algumas decisões e fiquei
aqui na cabine. Sozinho.
Alguns membros da tripulação me perguntaram qual era o nosso
destino. Disse que era segredo militar e que se eles perguntassem de novo ia
ter de atirar neles. Isso deve me dar um certo ar de autoridade. E fazer
eles me deixarem sozinho. Meu plano é dormir até estourar e ver se acordo
deste pesadelo.
Ontem à noite tivemos dobradinha com jiló EM CLAPSULAS. O filme
escolhido foi " O Retorno do Neto de E.T. parte 5, a hora da vingança
continua".
 Quero morrer!
Bateram na minha porta à pouco. Dei dois tiros com minha Azimov 5000
que furaram a porta. Ouvi um barulho de corpo caindo no chão. Pelo menos
agora sabem que estou falando sério. Tenho de ter autoridade e respeito
aqui.

Dia 8
Eu sei que é minha obrigação escrever relatórios diários, mas já que
a CICA só vai ler isso quando a gente voltar e SE a gente voltar, foda-se.
Resolvi sair da cabine hoje. Acabou meu estoque de cream cracker e
minha tubaina Galática. Meu vaso entupiu e estou fedendo. Precisava sair. E
de um banho. Hoje é sábado par.
A tripulação me olha meio de lado, como se eu estivesse endoidando. Torcem o nariz para mim. Inveja da minha autoridade, tenho certeza.
Expliquei para eles que a minha atitude não era loucura, mas sim que uma
entidade cósmica tinha se apossado do meu corpo e por isso fiquei esquisito
uns dias. Agora estava bem. Não sei se eles engoliram.
Chegando na ponte notei certa preocupação do pessoal. Diria pânico. Todos berravam muito e se aproximavam de
mim aos prantos me agarrando e passando germes. Odeio germes. Usando minha voz de comando
mandei todos se acalmarem. Funcionou melhor quando repeti a frase com a arma
em punho.
Daí me explicaram:

-Senhor, temos um problema classe alfa, com prioridade omega.
Trata-se de uma improbalistica neutrônica, uma vez que o reator atômico
numero 3 está apresentando aumentos de neutrinos acusados pela central de
forma que a hembionica de ajuste está em desparioridade com a analise
funcional...

-Rapaz- disse olhando para o tagarelasinho. Era o tal Zen Flatuloso
ou algo assim...- cale-se. Vamos fazer um teste: Quero ver se você é capaz
de me explicar como se eu tivesse a mente de uma criança de 5 anos...


-Não será difícil imaginar isso, senhor...hum, digo, sim senhor!
- Me responda com huhum (sim) ou hu-hum (não), é um problema
biológico?

-Hummm .... hu-hum (não).

-É mecanico?

-Huhum (sim).

-É muito sério?

-Huhum (sim).

-Em termos técnicos, estamos fudidos?

-Huhum (sim). 

-Muito ou pouco?

-Muitíssimo, senhor! Um problema classe alfa, com prioridade omega,
uma improbalistica neutrôn...

-Pare!!!- disse delicadamente acenando com a minha pistola Asimov
5.000. Ele se calou.- Em termos menos técnicos, por obzéquio.

-Extremamente fodidos, senhor.

-Huummm... Ok, nada de pânico. Por que estamos fodidos?

-Bem... disse o maldito vermesinho, olhando para os lados... é que,
em termos bem basicos... o motor pode explodir, gerando um efeito que pode
nos transportar dimensionalmente através do espaço e nos causando uma onda
de dor e agonia que durará toda a eternidade...

-Como???!!

-O Motor vai dessa pra melhor e vai nos levar junto, senhor...

-Ah... Nada de panico! Temos como evacuar?

-Não senhor, já checamos isso, mas não.- Aquilo era sério: Milhares
de pessoas na tripulação dependendo de uma decisão minha. E nenhuma saída de
emergência funcionando para eu escapar de mansinho. Tsc tsc.

-Quanto tempo temos antes deste problema ficar pior?

-Dois dias senhor. Ah, e não chamamos o senhor antes porque...bem,
não achamos que pudesse ajudar.

Aquilo doeu. Eu, um profissional preocupado, centrado, ser acusado
assim, na frente de outros membros da tripulação. Tive uma atitude centrada.
Atirei nele a queima roupa (o desgramado sobreviveu).

-Bem... disse calmamente para meus subordinados... AGORA é hora de
pânico!

Como sobrevivemos? Aliás, sobrevivemos? Aguardem o próximo
emocionante capitulo da emocionante saga "Missão à Bolfogrameidos - Cap 2 -

(Ps: Escrevi isso há Eras).